A fé na Ressurreição do Senhor
é o tema fundamental deste dia. "Esse é o dia que o Senhor fez: seja para
nós dia de alegria e de felicidade", canta o salmo 117,24. É o domingo por
excelência. É o dia em que
Cristo expressou o seu poder soberano vencendo a Morte e que,
conseqüentemente, é motivo de alegria para todos os cristãos. Pedro, no seu
discurso, proclama que Deus o mandou pregar ao povo e testemunhar a
Ressurreição de Cristo. Os apóstolos são as testemunhas que viram o
ressuscitado, que comeram e beberam com Ele. Eles receberam a missão de pregar
que Cristo ressuscitado tinha sido constituído por Deus juiz dos vivos e dos
mortos (primeira leitura). São Paulo ressalta de modo especial que a
Ressurreição do Senhor instaura uma nova vida no batizado. O cristão é aquele
que morreu e ressuscitou com Cristo para uma vida nova. A fé na Ressurreição é
a rocha firme para São Paulo, o lugar onde se firma todo o seu dinamismo
apostólico (segunda leitura). No evangelho, Pedro e João entram no sepulcro,
"vêem e crêem". O sepulcro vazio é o início de uma meditação que os
leva à fé em Cristo ressuscitado.
Cristo
ressuscitou. "A Ressurreição de Jesus é a verdade culminante da nossa fé
em Cristo", nos diz o Catecismo da Igreja Católica (nº 638). A comunidade
cristã dos primeiros tempos viveu esta verdade como o centro da sua existência.
Todas as suas certezas -sua caridade, visível para todos, sua serenidade diante
do martírio, seu amor pela Eucaristia- tudo fazia referência ao mistério pascal
de Cristo, a sua Morte e Ressurreição. "Se Cristo não ressuscitou, vã é
nossa fé", argumenta São Paulo.
Da
mesma forma como as primeiras comunidades cristãs viviam da fé na Ressurreição
do Senhor, todos os cristãos foram chamados a viver mais profundamente o
mistério da Ressurreição. "Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por
alcançar as coisas do alto" (Colossensses 3, 1). Para o fiel, a
Ressurreição é um dado culminante da sua fé em Cristo; através da Ressurreição,
todas as promessas do Antigo Testamento se confirmam. O Senhor foi fiel ao seu
amor, sem limites, com superabundância. Através da Ressurreição se confirma a
divindade do Senhor: verdadeiro Deus e verdadeiro homem. A Ressurreição nos
ensina a verdade íntima sobre Deus (Deus é amor) e sobre a salvação humana. No
mistério pascal, Cristo leva a revelação de Deus à sua plenitude.
Auto-revelação definitiva de Deus. Por isso, a tese do caráter incompleto,
limitado e imperfeito da revelação em Cristo, que deveria ser completada com a
revelação de outras religiões, é contrária à fé da Igreja Católica (cf. Domine
Iesus, nº 6).
O
cristão é chamado a "co-ressuscitar" com Cristo e a "buscar as
coisas lá do alto". Ele é uma nova criatura, o antigo passou, o novo
começou e a sua vida está escondida com Deus em Cristo. Esta verdade
fundamental está muito distante da nossa vida diária? Às vezes parece que sim,
que esta é uma verdade boa demais para ser real, é um sonho, um ideal
inalcançável. Parece que o pecado e a Morte são mais fortes e condenam o homem
a uma vida de escuridão. Contudo, se consideramos com mais atenção o problema,
percebemos que o poder e o amor de Deus são mais fortes que o pecado. "O
amor é mais forte" e Deus suscita no coração dos homens o desejo de
conversão, de praticar o bem, de se transformar, e, com a sua providência
divina, os conduz pelos caminhos da salvação. Temos que crer vivamente na
Ressurreição do Senhor para vivermos uma vida nova cheia de esperança,
fortaleza e amor. Ressuscitar com Cristo é não viver mais no pecado; é
participar com Cristo no mistério da cruz e da salvação dos homens; é viver
esta vida como peregrinos a caminho da posse eterna de Deus.
As
mulheres são as primeiras a anunciar a Ressurreição. "Por que procurais
Aquele que vive entre os mortos? Ele não está aqui; ressuscitou" (Lucas
24, 5-6)
Estas
palavras, daqueles "dois personagens com vestes resplandecentes",
aumentam a confiança das mulheres que foram até o sepulcro. Elas tinham vivido
os trágicos acontecimentos que terminaram com a crucifixão de Cristo no
Calvário; tinham experimentado a tristeza e a desorientação. Mas não
abandonaram o Senhor no momento da prova. Escondidas, vão até o lugar onde
Jesus tinha sido enterrado para vê-lo de novo e abraçá-lo pela última vez. O
amor as impulsiona; aquele mesmo amor que as fez segui-lo pelos caminhos da
Galiléia e da Judéia, até o Calvário. Mulheres bem-aventuradas! Elas ainda não
sabiam que aquela era a aurora do dia mais importante da história. Não podiam
saber, justamente elas, que seriam testemunhas da Ressurreição de Jesus (cf.
João Paulo II, Homilia da Vigília Pascal, 1988).
O
evangelho nos conta que as mulheres foram as primeiras mensageiras da
Ressurreição do Senhor, inclusive antes dos apóstolos. A mulher tem uma
particular sensibilidade religiosa e humana. Compreende de maneira mais rápida
e intuitiva as verdades religiosas e as verdades humanas. Tendem
espontaneamente ao valor religioso, à proteção da vida humana, ao cuidado dos
mais fracos. Elas tiveram a missão de anunciar o triunfo definitivo de Cristo
sobre a morte. A mulher experimenta, como mostra o Evangelho, uma particular
fortaleza de espírito, porque compreende que tem a missão de cuidar, de algum
modo, do bem dos homens.
No
nosso mundo pós-moderno, fortemente relativista e sem fé, a mulher cristã é
chamada a ser de novo a mensageira privilegiada das verdades cristãs. No lar,
ela irradiará o amor, a compreensão, e educará a família nos valores
sobrenaturais. Podemos dizer que depende da mulher, em grande medida, a fé do
lar, porque ela a transmite não só com as palavras, mas com a vida, as
atitudes, a capacidade de sofrimento, de perdão. Ela, no seio da família, no
seio de uma comunidade religiosa, no seio da sociedade, na vida pública, nos
hospitais, nas escolas, é quem faz presentes os valores transcendentes e, o que
é mais importante, é quem revela Deus como amor, quem mostra Cristo
ressuscitado e conduz as pessoas até Ele. Ela é a mestra da fé. Ela é o sol da
família e da sociedade.
A
esperança cristã. A solenidade da Ressurreição do Senhor abre uma nova
esperança para o homem. O poder de Morte do pecado foi vencido pela força do
amor, pela Ressurreição do Senhor. Agora o homem pode esperar, apesar de toda
aparência de fracasso. Agora o homem pode olhar com confiança para o futuro,
não obstante os múltiplos perigos que o cercam nesta vida. Agora o homem pode empreender
o caminho da vida lutando pela verdade com amor, com coragem, sabendo que não
será defraudado. Quem estiver se sentindo presa do desânimo, venha contemplar o
mistério da redenção; quem estiver se sentindo desesperado diante do mal, não
deserte: Cristo ressuscitou! Quem estiver preso pelo desespero, pela fraqueza
física, psíquica ou moral, que perceba que a Morte foi vencida e que o homem
descobriu o rosto amoroso de Deus. Como é grande o amor que Deus teve por nós,
a ponto de nos enviar seu Filho para morrer e ressuscitar, nos abrindo as
portas do paraíso! Que todos os corações readquiram hoje a sua confiança:
Cristo ressuscitou!
Texto retirado do Ritual para a Semana Santa
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Em nossa Paróquia houve missas como de costume em todas as comunidades, celebrando o dia da Ressurreição do Senhor. A seguir, confira algumas fotos da Missa na Comunidade Imaculada Conceição:
Fotos: Equipe Pascom
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