quarta-feira, 23 de abril de 2014

Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor


A fé na Ressurreição do Senhor é o tema fundamental deste dia. "Esse é o dia que o Senhor fez: seja para nós dia de alegria e de felicidade", canta o salmo 117,24. É o domingo por excelência. É o dia em que Cristo expressou o seu poder soberano vencendo a Morte e que, conseqüentemente, é motivo de alegria para todos os cristãos. Pedro, no seu discurso, proclama que Deus o mandou pregar ao povo e testemunhar a Ressurreição de Cristo. Os apóstolos são as testemunhas que viram o ressuscitado, que comeram e beberam com Ele. Eles receberam a missão de pregar que Cristo ressuscitado tinha sido constituído por Deus juiz dos vivos e dos mortos (primeira leitura). São Paulo ressalta de modo especial que a Ressurreição do Senhor instaura uma nova vida no batizado. O cristão é aquele que morreu e ressuscitou com Cristo para uma vida nova. A fé na Ressurreição é a rocha firme para São Paulo, o lugar onde se firma todo o seu dinamismo apostólico (segunda leitura). No evangelho, Pedro e João entram no sepulcro, "vêem e crêem". O sepulcro vazio é o início de uma meditação que os leva à fé em Cristo ressuscitado.
Cristo ressuscitou. "A Ressurreição de Jesus é a verdade culminante da nossa fé em Cristo", nos diz o Catecismo da Igreja Católica (nº 638). A comunidade cristã dos primeiros tempos viveu esta verdade como o centro da sua existência. Todas as suas certezas -sua caridade, visível para todos, sua serenidade diante do martírio, seu amor pela Eucaristia- tudo fazia referência ao mistério pascal de Cristo, a sua Morte e Ressurreição. "Se Cristo não ressuscitou, vã é nossa fé", argumenta São Paulo.
Da mesma forma como as primeiras comunidades cristãs viviam da fé na Ressurreição do Senhor, todos os cristãos foram chamados a viver mais profundamente o mistério da Ressurreição. "Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto" (Colossensses 3, 1). Para o fiel, a Ressurreição é um dado culminante da sua fé em Cristo; através da Ressurreição, todas as promessas do Antigo Testamento se confirmam. O Senhor foi fiel ao seu amor, sem limites, com superabundância. Através da Ressurreição se confirma a divindade do Senhor: verdadeiro Deus e verdadeiro homem. A Ressurreição nos ensina a verdade íntima sobre Deus (Deus é amor) e sobre a salvação humana. No mistério pascal, Cristo leva a revelação de Deus à sua plenitude. Auto-revelação definitiva de Deus. Por isso, a tese do caráter incompleto, limitado e imperfeito da revelação em Cristo, que deveria ser completada com a revelação de outras religiões, é contrária à fé da Igreja Católica (cf. Domine Iesus, nº 6).
O cristão é chamado a "co-ressuscitar" com Cristo e a "buscar as coisas lá do alto". Ele é uma nova criatura, o antigo passou, o novo começou e a sua vida está escondida com Deus em Cristo. Esta verdade fundamental está muito distante da nossa vida diária? Às vezes parece que sim, que esta é uma verdade boa demais para ser real, é um sonho, um ideal inalcançável. Parece que o pecado e a Morte são mais fortes e condenam o homem a uma vida de escuridão. Contudo, se consideramos com mais atenção o problema, percebemos que o poder e o amor de Deus são mais fortes que o pecado. "O amor é mais forte" e Deus suscita no coração dos homens o desejo de conversão, de praticar o bem, de se transformar, e, com a sua providência divina, os conduz pelos caminhos da salvação. Temos que crer vivamente na Ressurreição do Senhor para vivermos uma vida nova cheia de esperança, fortaleza e amor. Ressuscitar com Cristo é não viver mais no pecado; é participar com Cristo no mistério da cruz e da salvação dos homens; é viver esta vida como peregrinos a caminho da posse eterna de Deus.
As mulheres são as primeiras a anunciar a Ressurreição. "Por que procurais Aquele que vive entre os mortos? Ele não está aqui; ressuscitou" (Lucas 24, 5-6)
Estas palavras, daqueles "dois personagens com vestes resplandecentes", aumentam a confiança das mulheres que foram até o sepulcro. Elas tinham vivido os trágicos acontecimentos que terminaram com a crucifixão de Cristo no Calvário; tinham experimentado a tristeza e a desorientação. Mas não abandonaram o Senhor no momento da prova. Escondidas, vão até o lugar onde Jesus tinha sido enterrado para vê-lo de novo e abraçá-lo pela última vez. O amor as impulsiona; aquele mesmo amor que as fez segui-lo pelos caminhos da Galiléia e da Judéia, até o Calvário. Mulheres bem-aventuradas! Elas ainda não sabiam que aquela era a aurora do dia mais importante da história. Não podiam saber, justamente elas, que seriam testemunhas da Ressurreição de Jesus (cf. João Paulo II, Homilia da Vigília Pascal, 1988).
O evangelho nos conta que as mulheres foram as primeiras mensageiras da Ressurreição do Senhor, inclusive antes dos apóstolos. A mulher tem uma particular sensibilidade religiosa e humana. Compreende de maneira mais rápida e intuitiva as verdades religiosas e as verdades humanas. Tendem espontaneamente ao valor religioso, à proteção da vida humana, ao cuidado dos mais fracos. Elas tiveram a missão de anunciar o triunfo definitivo de Cristo sobre a morte. A mulher experimenta, como mostra o Evangelho, uma particular fortaleza de espírito, porque compreende que tem a missão de cuidar, de algum modo, do bem dos homens.
No nosso mundo pós-moderno, fortemente relativista e sem fé, a mulher cristã é chamada a ser de novo a mensageira privilegiada das verdades cristãs. No lar, ela irradiará o amor, a compreensão, e educará a família nos valores sobrenaturais. Podemos dizer que depende da mulher, em grande medida, a fé do lar, porque ela a transmite não só com as palavras, mas com a vida, as atitudes, a capacidade de sofrimento, de perdão. Ela, no seio da família, no seio de uma comunidade religiosa, no seio da sociedade, na vida pública, nos hospitais, nas escolas, é quem faz presentes os valores transcendentes e, o que é mais importante, é quem revela Deus como amor, quem mostra Cristo ressuscitado e conduz as pessoas até Ele. Ela é a mestra da fé. Ela é o sol da família e da sociedade.
A esperança cristã. A solenidade da Ressurreição do Senhor abre uma nova esperança para o homem. O poder de Morte do pecado foi vencido pela força do amor, pela Ressurreição do Senhor. Agora o homem pode esperar, apesar de toda aparência de fracasso. Agora o homem pode olhar com confiança para o futuro, não obstante os múltiplos perigos que o cercam nesta vida. Agora o homem pode empreender o caminho da vida lutando pela verdade com amor, com coragem, sabendo que não será defraudado. Quem estiver se sentindo presa do desânimo, venha contemplar o mistério da redenção; quem estiver se sentindo desesperado diante do mal, não deserte: Cristo ressuscitou! Quem estiver preso pelo desespero, pela fraqueza física, psíquica ou moral, que perceba que a Morte foi vencida e que o homem descobriu o rosto amoroso de Deus. Como é grande o amor que Deus teve por nós, a ponto de nos enviar seu Filho para morrer e ressuscitar, nos abrindo as portas do paraíso! Que todos os corações readquiram hoje a sua confiança: Cristo ressuscitou!

Texto retirado do Ritual para a Semana Santa

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Em nossa Paróquia houve missas como de costume em todas as comunidades, celebrando o dia da Ressurreição do Senhor. A seguir, confira algumas fotos da Missa na Comunidade Imaculada Conceição:

Fotos: Equipe Pascom

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