quarta-feira, 23 de abril de 2014

Tríduo Pascal


O Mistério Litúrgico

A partir do Século IV iniciou-se a celebração do Tríduo Pascal. Conforme nos relata Santo Agostinho e Santo Ambrósio de Milão usava-se a expressão Tridum Sacrum.
A expressão ”Tríduo Pascal” começa a ser usada a partir de 1930. A celebração Eucarística da noite da Quinta-feira Santa e as outras cerimônias até a Vigília Pascal formam um conjunto de unidade do mistério pascal que levou o Papa Leão Magno a definir a noite de Páscoa como “Pascale Sacramentum”.
            O espírito do Tríduo Pascal tem sua origem nas linhas mestras da liturgia primitiva. A primeira linha fundamental é a exigência de ligação entre a lembrança da Paixão e da Ressurreição. A Morte de Cristo já é sua entrada numa vida nova: a vida do Ressuscitado permanece a vida em que ele entrou superando a morte. Esta unidade dos dois elementos do Mistério Pascal indica ao cristão que não pode haver para ele uma vida de união com Cristo, sem morrer primeiramente a tudo que constitui o velho mundo.
A segunda linha essencial da Liturgia Pascal se percebe através do exuberante simbolismo das celebrações litúrgicas características do Tríduo. A Morte e a vida do Senhor se realizam novamente no mistério litúrgico e na nossa participação nesse mistério; participação no mistério que implica em mais profunda Morte ao pecado, renovação da nossa Ressurreição para a vida da graça, nosso empenho mais firme na realização da nova criação que se vai efetuando, e emprego maior da liberdade espiritual que se torna privilégio nosso.
Uma terceira linha provém das próprias origens da Festa Pascal. A Páscoa era a festa nacional do povo eleito, lembrança da sua libertação e constituição. Páscoa permanece a festa do povo cristão; festa da sua constituição em povo santo, em sacerdócio real. Não se pode celebrá-la sem tomar mais consciências das características essenciais próprias de um povo de “remidos”: toda a sua vida de caridade e obediência a Deus constitui o culto em espírito e verdade que o Calvário inaugurou.
            “Cristo operou a redenção do homem e a perfeita glorificação de Deus principalmente por meio do seu mistério pascal, com o qual morrendo, destruiu a nossa morte e, ressuscitando, restaurou a vida. Por este motivo o sagrado Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor se nos apresenta como o ponto culminante de todo o ano litúrgico. Aquela preeminência que tem na semana o “dia do Senhor”, ou domingo, tem-na no ano litúrgico a solenidade da Páscoa”. (Cerimonial dos Bispos, 295)

Texto retirado do Ritual para a Semana Santa

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