“Cristo Ressuscitado vive na glória do Pai e no
coração, consciente ou inconsciente de todo o ser humano, no centro do mundo e
de sua história”. (Marcelo Barros)
Celebrar e Viver a Semana Santa
1. Celebrar os ritos anuais da
Semana Santa, em primeiro lugar é celebrar e mais que isso atualizar em nosso
tempo e História, o motivo pelo qual nós estamos aqui hoje: É vivenciar a
História da Nossa Salvação, rever todo um Plano de Amor, de um Pai que envia
seu Filho pra nos ensinar como se deve viver, um Filho que esteve e está no
meio de nós, e nos convida a nos unirmos na Sua Paixão, uma vez que todo o seu
Sacrifício, foi por cada um de nós. Com sua Morte, Jesus nos ensina a lição da
vida eterna. Na sua Cruz está o resumo de tudo aquilo que Ele disse a nós.
É preciso CELEBRAR e VIVER A SEMANA SANTA!
2. A
Igreja ao celebrar a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Cristo, santifica e
renova a si mesma no mistério redentor de Jesus Cristo. Nós participamos dos
mistérios de Jesus não por imaginação ou sentimento, mas mediante a fé.
A
Semana Santa é uma Semana de muita reflexão e renovação da fé, onde como
Igreja, vivemos e revivemos através da fé, os mistérios Salvíficos da Paixão,
da Morte e da Ressurreição do Senhor.
A Semana
Santa tem seu início com o Domingo de Ramos e encerra-se com o Domingo da
Ressurreição do Senhor, ou Páscoa.
3. A
Celebração do Domingo de Ramos já manifesta o mistério pascal, Jesus é
apresentado como o Messias manso e humilde.
A
Procissão de Ramos antecipa a alegria da Páscoa, pois aclamamos o Cristo que se
mostra como Rei. Jesus se apresenta com um Rei vivo, que vive reina para
sempre.
Ao
entrar em Jerusalém em cima de um jumentinho, ele contempla sua obra como
Messias, pronto para realizar o mistério pascal: sofrer, morrer, e ressuscitar.
Os
ramos que levamos na procissão, assim como o povo de Jerusalém os carregavam, é
sinal de vitória em Jesus e da Vitória de Jesus sobre a morte e o pecado. (Cf.
João 12, 12-15.
4. A
Quinta-feira
Santa é o dia da Instituição dos Sacramentos da ordem e da
Eucaristia. São celebradas nesse dia duas Missas:
A
primeira pela manhã, dando ênfase ao Sacerdócio, a segunda à noite, “A Missa do
Lava-pés”, onde se dá mais ênfase a Eucaristia.
A
Eucaristia, que é sacramento de amor, sinal de unidade e vinculo de caridade
entre todos como mostrou Jesus através de seus gestos, só é possível, através
dos Sacerdotes.
Inicia-se
na Quinta-feira Santa o Tríduo Pascal, onde vivemos toda a trajetória de Jesus
até a Ressurreição.
5. Na
Sexta-feira
Santa não há a Celebração da Missa. Todas as atenções são dirigidas
à morte do Senhor, por isso não se celebra a Missa, por ela ser mistério pascal
e vida.
O
Mistério celebrado é uma Cruz dolorosa e sangrenta, que é ao mesmo tempo vitoriosa
e resplandecente. Celebramos a morte de Cristo, morte real e tremenda, que
é necessária para uma vida ressuscitada e eterna.
Somos
convidados a meditar os sofrimentos de Jesus na Cruz, ver que Ele foi ferido
pelos nossos pecados, dar-se conta da entrega dele ao Pai e sua obediência ao
entregar-se, tornando-se causa de salvação para todos os que acreditam. O ponto
máximo da Paixão de Cristo se dá quando Ele se entrega sem reclamar
totalmente, por amor.
6. O
sacrifício de Cristo, inclui a todos, porque o seu amor inclui a todos seguindo
seus passos de Jesus, nós enquanto Igreja rezamos por todos, principalmente por
aqueles que não crêem no Cristo e em Deus. Neste grande exercício de
intercessão, todo o povo de Deus enquanto Igreja, é reconhecido como Igreja Orante
e motivadora de unidade entre todos, a mesma unidade que Jesus rezou ao Pai.
7. Mostra-se
a Cruz elevada, porque o Senhor foi elevado para a Salvação do mundo nela. Nós
somos convidados a olhá-la como árvore da vida a contemplá-la como mistério de
salvação.
Jesus
morreu na Cruz por nós. Nossa resposta é a adoração agradecida ao mistério do
“amor de Cristo levado ao extremo” na Cruz. Adoramos a Cruz porque cremos no
triunfo salvador de Jesus.
A
Cruz foi preciso para termos acesso. à vida nova. Não adoramos “a madeira”, mas
aquele que foi crucificado por nós; e muito menos adoramos a “Imagem de Jesus
Crucificado”, mas o próprio Cristo Crucificado por amor através dela.
A
Cruz é o sinal da nossa fé.
8. Celebramos
a Vigília
Pascal, a mãe de todas as vigílias, como dizia Santo Agostinho. A
comunidade se reúne com fé para celebrar os ritos que recordam a gloriosa
ressurreição do Cristo Jesus através da Eucaristia, Batismo e Crisma, pois Ele
permanece vivo e atuante no meio da comunidade.
Por
isso, a Vigília Pascal é o Ponto mais alto da nossa fé do Ano Litúrgico e até
mesmo da História, ela celebra a Ressurreição e a Páscoa do Senhor, abrindo-nos
assim a cada ano a oportunidade de participarmos dos mistérios redentores de
Deus, dentre eles a nossa salvação.
9. Na
Liturgia da Vigília Pascal celebramos:
A festa da luz,
onde é abençoado o fogo novo para ser ascendido o Círio Pascal, que é o símbolo
da vida nova em Cristo Jesus ressuscitado;
A Liturgia da Palavra
que proclama todas as maravilhas de Deus ao seu povo na história até Jesus
Cristo;
A Liturgia Batismal,
onde pelo batismo nascemos com Cristo. Renovamos as nossas promessas batismais,
nos incorporando mais ao Senhor;
E a Liturgia Eucarística,
onde incorporados a Ele, comungamos o seu corpo e o seu sangue, participando
assim de seu sacrifício, vivendo de sua Paixão, Morte e Ressurreição.
10.
É certo que em toda Missa se renova e se atualiza o que celebramos
nesses três dias.
11.
Celebra-se, por fim, o grande dia da Ressurreição, da
certeza da vida em Jesus, com Jesus e por Jesus. Jesus está vivo! Ele se mostra
presente no mistério da vida de Deus e torna-se presente e atuante na vida dos
homens a partir do momento que estes acreditam nele. Através da Ressurreição,
Deus é Pai e nós somos seus filhos e filhas.
12. Vivenciamos a nossa fé, por meio
de tudo isso, seguindo os passos de Cristo e ainda embalados por muitas de
nossas tradições populares que nos unem intimamente a estes mistérios
celebrados.
Claro, Cristo já morreu
de uma vez por todas e ressuscitou também de uma vez por todas, mas, é preciso
recordar sempre, se possível fazer da nossa vida uma verdadeira e autentica
Páscoa, para que sempre nos recordemos que devemos estar atrás dos passos de
Cristo, passando por Jerusalém, pelo Cenáculo, rumo ao Calvário, para podermos
com Ele Ressuscitar diariamente.
13. Neste tempo santo da graça de Deus, poderemos encontrar todos esses passos, para mais do que celebrar,
viver a Semana Santa em todos os seus aspectos, desde a entrada gloriosa de
Jesus em Jerusalém, sua doação em Corpo e Sangue na Eucaristia naquela Ceia no
Cenáculo, bem como a instituição do Sacerdócio, seus passos dolorosos rumo ao
calvário, seu encontro com sua Mãe Santíssima, sua Morte Dolorosa na Cruz, e
sua Ressurreição, que nos deu acesso ao Coração do Pai.
Que essa Santa Liturgia da Semana Santa, nos ajude
na nossa santificação e a nos unirmos cada vez mais ao Cristo, nossa Páscoa.
Pe. Rodolfo Marinho de Sousa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário