quarta-feira, 23 de abril de 2014

Celebrar e Viver a Semana Santa

“Cristo Ressuscitado vive na glória do Pai e no coração, consciente ou inconsciente de todo o ser humano, no centro do mundo e de sua história”. (Marcelo Barros)

Celebrar e Viver a Semana Santa

1. Celebrar os ritos anuais da Semana Santa, em primeiro lugar é celebrar e mais que isso atualizar em nosso tempo e História, o motivo pelo qual nós estamos aqui hoje: É vivenciar a História da Nossa Salvação, rever todo um Plano de Amor, de um Pai que envia seu Filho pra nos ensinar como se deve viver, um Filho que esteve e está no meio de nós, e nos convida a nos unirmos na Sua Paixão, uma vez que todo o seu Sacrifício, foi por cada um de nós. Com sua Morte, Jesus nos ensina a lição da vida eterna. Na sua Cruz está o resumo de tudo aquilo que Ele disse a nós.

É preciso CELEBRAR e VIVER A SEMANA SANTA!  

2. A Igreja ao celebrar a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Cristo, santifica e renova a si mesma no mistério redentor de Jesus Cristo. Nós participamos dos mistérios de Jesus não por imaginação ou sentimento, mas mediante a fé.
A Semana Santa é uma Semana de muita reflexão e renovação da fé, onde como Igreja, vivemos e revivemos através da fé, os mistérios Salvíficos da Paixão, da Morte e da Ressurreição do Senhor.
A Semana Santa tem seu início com o Domingo de Ramos e encerra-se com o Domingo da Ressurreição do Senhor, ou Páscoa.

3. A Celebração do Domingo de Ramos já manifesta o mistério pascal, Jesus é apresentado como o Messias manso e humilde.
A Procissão de Ramos antecipa a alegria da Páscoa, pois aclamamos o Cristo que se mostra como Rei. Jesus se apresenta com um Rei vivo, que vive reina para sempre.
Ao entrar em Jerusalém em cima de um jumentinho, ele contempla sua obra como Messias, pronto para realizar o mistério pascal: sofrer, morrer, e ressuscitar.
Os ramos que levamos na procissão, assim como o povo de Jerusalém os carregavam, é sinal de vitória em Jesus e da Vitória de Jesus sobre a morte e o pecado. (Cf. João 12, 12-15.

4. A Quinta-feira Santa é o dia da Instituição dos Sacramentos da ordem e da Eucaristia. São celebradas nesse dia duas Missas:
A primeira pela manhã, dando ênfase ao Sacerdócio, a segunda à noite, “A Missa do Lava-pés”, onde se dá mais ênfase a Eucaristia.
A Eucaristia, que é sacramento de amor, sinal de unidade e vinculo de caridade entre todos como mostrou Jesus através de seus gestos, só é possível, através dos Sacerdotes.
Inicia-se na Quinta-feira Santa o Tríduo Pascal, onde vivemos toda a trajetória de Jesus até a Ressurreição.


5. Na Sexta-feira Santa não há a Celebração da Missa. Todas as atenções são dirigidas à morte do Senhor, por isso não se celebra a Missa, por ela ser mistério pascal e vida.
O Mistério celebrado é uma Cruz dolorosa e sangrenta, que é ao mesmo tempo vitoriosa e resplandecente. Celebramos a morte de Cristo, morte real e tremenda, que é necessária para uma vida ressuscitada e eterna.
Somos convidados a meditar os sofrimentos de Jesus na Cruz, ver que Ele foi ferido pelos nossos pecados, dar-se conta da entrega dele ao Pai e sua obediência ao entregar-se, tornando-se causa de salvação para todos os que acreditam. O ponto máximo da Paixão de Cristo se dá quando Ele se entrega sem reclamar totalmente, por amor.
6. O sacrifício de Cristo, inclui a todos, porque o seu amor inclui a todos seguindo seus passos de Jesus, nós enquanto Igreja rezamos por todos, principalmente por aqueles que não crêem no Cristo e em Deus. Neste grande exercício de intercessão, todo o povo de Deus enquanto Igreja, é reconhecido como Igreja Orante e motivadora de unidade entre todos, a mesma unidade que Jesus rezou ao Pai.
7. Mostra-se a Cruz elevada, porque o Senhor foi elevado para a Salvação do mundo nela. Nós somos convidados a olhá-la como árvore da vida a contemplá-la como mistério de salvação.
Jesus morreu na Cruz por nós. Nossa resposta é a adoração agradecida ao mistério do “amor de Cristo levado ao extremo” na Cruz. Adoramos a Cruz porque cremos no triunfo salvador de Jesus.
A Cruz foi preciso para termos acesso. à vida nova. Não adoramos “a madeira”, mas aquele que foi crucificado por nós; e muito menos adoramos a “Imagem de Jesus Crucificado”, mas o próprio Cristo Crucificado por amor através dela.
A Cruz é o sinal da nossa fé.

8. Celebramos a Vigília Pascal, a mãe de todas as vigílias, como dizia Santo Agostinho. A comunidade se reúne com fé para celebrar os ritos que recordam a gloriosa ressurreição do Cristo Jesus através da Eucaristia, Batismo e Crisma, pois Ele permanece vivo e atuante no meio da comunidade.
Por isso, a Vigília Pascal é o Ponto mais alto da nossa fé do Ano Litúrgico e até mesmo da História, ela celebra a Ressurreição e a Páscoa do Senhor, abrindo-nos assim a cada ano a oportunidade de participarmos dos mistérios redentores de Deus, dentre eles a nossa salvação.
9. Na Liturgia da Vigília Pascal celebramos:

A festa da luz, onde é abençoado o fogo novo para ser ascendido o Círio Pascal, que é o símbolo da vida nova em Cristo Jesus ressuscitado;
A Liturgia da Palavra que proclama todas as maravilhas de Deus ao seu povo na história até Jesus Cristo;
A Liturgia Batismal, onde pelo batismo nascemos com Cristo. Renovamos as nossas promessas batismais, nos incorporando mais ao Senhor;
E a Liturgia Eucarística, onde incorporados a Ele, comungamos o seu corpo e o seu sangue, participando assim de seu sacrifício, vivendo de sua Paixão, Morte e Ressurreição.
10. É certo que em toda Missa se renova e se atualiza o que celebramos nesses três dias.

11. Celebra-se, por fim, o grande dia da Ressurreição, da certeza da vida em Jesus, com Jesus e por Jesus. Jesus está vivo! Ele se mostra presente no mistério da vida de Deus e torna-se presente e atuante na vida dos homens a partir do momento que estes acreditam nele. Através da Ressurreição, Deus é Pai e nós somos seus filhos e filhas.
            12. Vivenciamos a nossa fé, por meio de tudo isso, seguindo os passos de Cristo e ainda embalados por muitas de nossas tradições populares que nos unem intimamente a estes mistérios celebrados.
Claro, Cristo já morreu de uma vez por todas e ressuscitou também de uma vez por todas, mas, é preciso recordar sempre, se possível fazer da nossa vida uma verdadeira e autentica Páscoa, para que sempre nos recordemos que devemos estar atrás dos passos de Cristo, passando por Jerusalém, pelo Cenáculo, rumo ao Calvário, para podermos com Ele Ressuscitar diariamente.


13. Neste tempo santo da graça de Deus,  poderemos encontrar todos esses passos, para mais do que celebrar, viver a Semana Santa em todos os seus aspectos, desde a entrada gloriosa de Jesus em Jerusalém, sua doação em Corpo e Sangue na Eucaristia naquela Ceia no Cenáculo, bem como a instituição do Sacerdócio, seus passos dolorosos rumo ao calvário, seu encontro com sua Mãe Santíssima, sua Morte Dolorosa na Cruz, e sua Ressurreição, que nos deu acesso ao Coração do Pai.

Que essa Santa Liturgia da Semana Santa, nos ajude na nossa santificação e a nos unirmos cada vez mais ao Cristo, nossa Páscoa.


Pe. Rodolfo Marinho de Sousa.  

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